Começamos com força, interpretando canções próprias e agitando o público presente. Cavaleiro de Aruanda e 23 de abril, sempre são pontos fortes nos nossos shows. Na ocasião, mostramos versatilidade com roupagens bem “Vitrolianas” para as músicas “Se você pensa” e “Você não serve pra mim” de Roberto Carlos, “Carcará”, de Maria Bethania e “Panis et Circensis” dos Mutantes.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Último show do ano no Amic´s
Começamos com força, interpretando canções próprias e agitando o público presente. Cavaleiro de Aruanda e 23 de abril, sempre são pontos fortes nos nossos shows. Na ocasião, mostramos versatilidade com roupagens bem “Vitrolianas” para as músicas “Se você pensa” e “Você não serve pra mim” de Roberto Carlos, “Carcará”, de Maria Bethania e “Panis et Circensis” dos Mutantes.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Fim de ano...
Voltando e tirando o mofo...
Esse fim de ano, poucos eventos e uma leve “férias”. Tempo certo para os paralelos. O Vocalista Anderson Camelo, ta aí, com dois projetos que podem render boas curtições pra noite fortalezense; é o projeto McCartney e o projeto cover dos Mutantes. Ambos ainda sem nomes definidos e, óbvio, com releituras e covers do Beatle Paul McCartney e da histórica banda Os Mutantes, inclusive, vale um texto futuro para ambos.
O projeto Tambores da Mata mudou de local e agora promete começar 2010 com repertório novo e novas parcerias.
É isso aí, aos poucos já há uma pré ressaca, do 2010 que ainda não veio.
Boas festas e não sejam levados em coma alcoólico.
Salve Jorge!
(Ah! Dia 22 de Dezembro o Vitrola faz a festa no Amici's, pena que é fechado, festa de confraternização da Caravana Cultural)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Bienal percussiva 2009
Nesse ultimo fim de semana mais uma vez o Vitrola andou pela cidade mandando ver no seu som.
Dessa vez foi no V encontro Estadual de percussão – Bienal Percussiva 2009
Uma grande oportunidade pra gente te reforçar laços de amizades e fazer novos.
O contato com o grupos de tradição como o Afoxé Acabaca e o grupo Tambor das Marias, ambos capitaneados pelo grande Marcello Santos, nos foi uma riquíssima experiência .
Pois como é sabido, o Vitrola é extremamente ligado a tais tradições, não só pela beleza artística, mais também por toda a ancestralidade trazida por esses grupos.
A bienal além de ter trazido toda essa carga de tradição, também abriu espaço para grupos como nós, Fulô da Aurora ,Breculê e outros.
E assim mostrando um pouco onde e no que a percussão se transformou.
Foi como tocar no quintal de casa, a receptividade foi maravilhosa, fazendo desse show um dos melhores do Vitrola nos últimos tempos, talvez até o melhor.
Quem sabe...
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Ó o Auê Aí
Começamos no sábado dia 17/10, no samba de cravos, onde Vitrola São Jorge, Babi Guedes, Fulô da Aurora, Breculê, Osvaldo Zarco e parcerias apresentaram seus sambas, depois dos bambas, veio o show do Água de Quartinha, com duas participações especiais, emprestadas do Vitrola: Anael e Hugo Costa, compondo a Bateria e a Percussão respectivamente.
A semana foi repleta de atrações, que alternaram o Café Teatro das Marias e o Hey Ho. Na quinta, dia 22/10 foi nossa vez. Fizemos um show confuso, no Hey Ho, apreensivos pela presença do ECAD. Ali´s, ta aí outro ponto curioso: Pro Dia Nascer Feliz foi pautado pela censura, primeiro pela Semam, que fechou o evento do dia 20, com Osvaldo Zarco, segundo pelo ECAD, que estava lá para nos cobrar o que compomos (pois o repertório é autoral), mas enfim, aconteceu e foi um sucesso (menos para eles).
Ó o Auê Aí
Sexta-feira, dia 23/10, foi o ápice do evento. o Coletivo Auê, junto alguns outros artístas desenvolveram um espetáculo marcado por pequenas esquetes e músicas de qualidade. Foi, sem dúvida um sucesso e, de certa forma, deu mais um passo na organização desorganizada de um movimento (me censurem). Tanto estéticamente, quanto políticamente, o evento teve unidade, mesmo sendo uma mistura de vários artístas o filho nasceu bem bonitinho!
Tocamos duas músicas de nossa autoria: 23 de Abril e De Repente Maracatu, ambas em parceria com Hardy e Luciana, da Cia. Vatá. Mas o palco foi coberto de cores e sons diversos que comporam uma noite que findou no cortejo do Cabaçal do Fulô da Aurora, que levou todo mundo pra rua, misturou mendigos com vendedores escondidos (com medo da fiscalização), fez todo mundo dançar, ou quase isso...
O que fica do Auê é a sensação de que tudo deu certo e que, aos poucos, vai sendo criada, em Fortaleza, uma unidade musical, que está indo, sem pressa, se metamorfoseando.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Ceará Music?
VII Bienal Internacional de Dança do Ceará.
Fulô da Aurora
Breculê
Arthur Menezes
Coletivo Auê
Encontros Casuais,
Osvaldo Zarco
Babi Guedes e Tambores da Jandaiguaba.
Água de Quartinha
Todos os dias os eventos começam as 22h.
Salve Jorge Rapaziada.
Saravá!
domingo, 20 de setembro de 2009
Vitrola pra Outubro
Pois é, tava na hora de dar uma mexida nesse espaço virtual. Na verdade, o show marco zero foi tão legal, que chegou dar uma sensação de entorpecimento, porém não paramos por aí. O Vitrola tem uma agenda interessante para o próximo mês. Inclusive dois shows bem interessantes, um no dia 16/10, no Teatro das Marias com o coletivo “Ó o AuÊ aí”. Esse espetáculo tem por iniciativa a mistura musical, fazendo com que algumas bandas toquem musicas do repertório de outras bandas, todas do mesmo cenário. Algumas bandas que tocarão no festival são Breculê, Fulô da Aurora, Samba de Rosas e talvez o Água de Quartinha, que ainda está por confirmar. De qualquer forma é um vento interessante para pensarmos sobre esse novo cenário musical que está acontecendo em nossa cidade. O outro show será a encerramento do Bienal Internacional de Dança, que será no Hey Ho.
Então, segue agenda:
3/10 – show no Centro Cultural do Bom Jardim, a partir das 18 horas.
10/10 – Festa do DCE da FIC (Local à confirmar)*
16/10 – Ó Auê aí Ó, Teatro das Marias, Horário à Confirmar.
22/10 – Encerramento da Bienal Internacional de Dança, as 22:30, no Hey Ho.
* Ainda estamos confirmando o show do DCE.
Salve Jorge
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Marco Zero
O Evento
O show foi marcado para as 21 horas, afinal, estávamos com medo de conflitar horários com os eventos de mais porte da cidade. O fato é que as 20:40 tinham menos de 20 pessoas no Teatro das Marias, o que gerou um certa aflição de nossa parte. Mas aos poucos foram chegando alguns amigos e mais amigos, gente de todas as idades. Ficamos surpresos, pois conseguimos encher o teatro, sobretudo, com um público eclético, participativo e completamente aberto para as experiências musicais propostas pela banda. Foi um sucesso.
A banda passou o set list todo, tocou as novas músicas, que ninguém conhecia, e fez o povo dançar ao som de Cavaleiro de Aruanda e Sou do Samba. Quanto mais agitação do público, mais empolgação da banda e foi assim até o final.
Participações
Em nome do Vitrola São Jorge, queremos agradecer especialmente a duas pessoas que foram essenciais, não apenas pelo talento, mas, sobretudo pelo carisma e solidariedade. Marcello Santos (Caravana Cultural) foi uma surpresa mágica, pois subiu no palco para fazer duas músicas com a gente, porém, resolveu ficar até o final do show e deu um brilho especial para o som do Vitrola, entoando, junto ao Hugo e o Gringo, o coro pesado da percussão, que virou marca na banda. O outro agradecimento vem para a rosa que encantou a todos, nossa amiga Adriana de Maria (Samba de Rosas) que mostrou que é do samba até morrer e desfilou seu samba no pé e na voz. Mais uma amiga que o Vitrola conseguiu, sorte nossa ter uma rosa dessa por perto.
O último agradecimento vai para o Fabiano de Cristo (Fulô da Aurora) que deu uma canja com a gente no palco, visto que o Vitrola não conseguia mais descer por conta do coro de bis, resolvemos (idéia da Valéria) chamar o Fabiano e todos que quisessem subir, para fazer um som coletivo, e foi o que aconteceu. Valeu Fabiano, Vitrola agradece a participação inesperada e que acrescentou muito ao espetáculo e da próxima vez, não terminaremos o show, vamos ficar batucando nem que seja em cortejo pelas ruas da cidade o som não pode parar (rsrsr).
Agradecendo afinal...
Pois é, agradecemos a toda galera que esteve presente nesse início promissor do Vitrola São Jorge no cenário da música cearense, pois em alguns momentos foi complicado, tanto a união dessas 5 pessoas quanto a troca amistosa e coerente de experiências musicais e de vida. Agradecemos também ao projeto Companhia Tambores da Mata: “nossos moleques deram um show!” e arrancaram um monte de aplausos e pedidos de bis. Isso mostra que o trabalho com os meninos da Vila União vem dando certo, pois eles subiram no palco e passaram a mensagem do seu bairro e, através do peso dos Tambores da Mata, conseguiram fechar mostrar que são talentosos e sabem a força que carregam em sua música.
E aos meninos que deram um show: Anderson Camelo, Daniel Silvio, Gringo e Hugo Costa!
Salve Jorge!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Sambando com uma das rosas
É com alegria quase enjaulante que venho anunciar, nem que seja para ninguém, que uma das nossas queridas rosas do Samba de Rosas, participará do nosso show agora no próximo sábado. Adriana de Maria (voz e percussão) vai nos dar a graça de cantar Sou do Samba no palco. Na verdade é uma idéia antiga, ouvir uma voz feminina cantando essa música. Como tivemos a oportunidade de nos esbarrar com a Adriana pelos conglomerados sociais da nossa cidade rolou o convite na hora.
O bom da Adriana de Maria é a verdade que existe nela. Um negra, linda, que com certeza vai bossar sua voz nos versos "eu sou do samba, vou ser do samba até morrer". É difícil perder essa chance heim. O grupo Samba de Rosas é composto só por mulheres e algum tempo vem rodando o cenário da cidade espalhando flores por aí. O Vitrola com certeza receberá a bela moça de braços abertos.
Não esqueçam, show no próximo sábado (8/8) no Teatro das Marias...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Na preparação
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Tambores de novo
O projeto “Companhia Tambores da Mata” nasceu em 2005, na comunidade do Planalto Universo, na Vila União. O projeto nasceu das mãos do músico João Hugo Costa Albuquerque e da líder comunitária Marliete Pereira da Silva. Nascendo sem apoio de nenhum órgão governamental, o trabalho tinha como intuito o resgate do jovem das áreas de risco através da cultura. O grafite e a percussão eram as expressões artísticas latentes. O projeto de percussão contava com instrumentos emprestados, que logo foram pegos pelo dono. Não deixando o projeto sem movimentação, fomos atrás de latas e garrafas, formando então um grupo de bate-lata. O projeto foi cambaleando, sempre tropeçando na falta de incentivo. Em meados de 2007, do próprio bolso, conseguimos comprar alguns materiais e fazer uma oficina de percussão, onde as crianças aprendiam a criar, afinar e tocar os instrumentos; no início, chegamos a contar com 50 crianças, mas depois esbarramos novamente na falta de incentivo e parcerias e, logo, o projeto voltou a ficar segmentado.
Em Maio desse ano, novos parceiros foram cooptados para o projeto e, além de Hugo Costa, Alexandre Grecco (Jornalista) e Anderson Camelo (Músico) começaram a trabalhar em prol do projeto. Segmentamos o grupo musical, que conta hoje com 13 (treze) crianças, todas oriundas das oficinas de 2007, e formamos a “Companhia Tambores da Mata”, um coletivo musical aberto, de função sócio-cultural que visa dar opções de cultura e arte para as crianças do bairro da Vila União e comunidades vizinhas. O trabalho foi dando resultado; as crianças começaram a aprender ritmos regionais como o Maracatu, Afoxé, Cavalo-Marinho, Coco entre outros. Além do trabalho de aprendizado nas oficinas, estamos agora partindo para a pesquisa musical mais aprimorada, envolvendo esses ritmos citados, sabendo um pouco mais sobre sua história.
Nos últimos meses o grupo tem crescido e vem chamando atenção de outros coletivos e comunidades. Já houve convites para ministrarmos oficinas na comunidade do Lagamar e no bairro da serrinha, mas com a falta de apoio para compra dos materiais fica complicado podermos levar o projeto além do bairro Vila União. Hoje contamos apenas com o espaço para os ensaios e uma caixa de som emprestado pelo Centro Social Urbano Presidente Médici (CSU da Vila União). Em agosto de 2009 montaremos uma nova oficina para cooptarmos novas crianças. Nosso intuito é formar mais percussionistas, abrangermos a pesquisa musical sobre ritmos regionais, discutir com mais ênfase nosso papel no coletivo, conseguir novos parceiros para palestras e workshops (músicos), abranger a noção de espaço e relação com sua comunidade e continuarmos a movimentar cultura e arte não só para a Vila União, mas outras comunidades vizinhas que necessitem de projetos.
Obs: As fotos são da primeira apresentação do "Tambores da Mata"
Alexandre Ferraz Grecco
tamboresdamata@gmail.com
terça-feira, 14 de julho de 2009
Vitrola e Tambores - Novidades
Depois de um tempinho sem escrever no blog, retomamos o “web-universo” com novidades interessantes (como toda novidade tem de ser). Primeira boa notícia, o projeto Companhia Tambores da Mata está começando a dar seus passos mais largos. No último sábado, dia 11/07, nos apresentamos num evento da secretaria de saúde, ali na Vila União, em uma das comunidades de risco. O evento era sobre o combate a dengue e contou com palestras, exames de saúde para a população e apresentações culturais que, dentre eles, estavam o “Tambores da Mata”.
A apresentação foi curta e muito promissora, os meninos entoaram dois afoxés e o pavão Misteryoso, de Ednardo, um maracatu legitimamente cearense. Todo mundo achou bacana, tem quem recordasse os versos da canção que há muito figurava no baú do passado, mas foi entoando, como loa, pelos que estavam presentes. Por fim, fotos, lanches e muita descontração. As fotos eu ainda publicarei aqui no blog, pois ainda não nos foram enviadas (e me esqueci de levar a máquina).
O projeto com os meninos da Vila União vem rolando há poucos meses, o idealizador e criador do projeto é o Hugo Costa, percussionista do Vitrola. As crianças, nas oficinas, aprenderam a fazer, afinar e tocar instrumentos de percussão como surdos, alfaias, atabaques, timbáus, agogôs, triângulos, enfim... Tudo feito sob a tutela do Hugo. Nos últimos meses, veio o convite pra mim (Alexandre Grecco) e o Anderson Camelo (vocalista e guitarrista do Vitrola) ajudarmos nas aulas e na coordenação do projeto, pois é unindo forças esse lance vai pra frente.
Well... E não só os meninos do projeto vêm tendo êxito na busca artística, nós também, a boa notícia da semana é o convite da rádio universitária fm 107,9 para sermos os artistas da semana. Amanhã, dia 15/07, as 9:00 hrs da matina, estaremos lá na rádio concedendo uma entrevista e tirando um som ao vivo. Ainda não sei quando a entrevista vai ao ar e quando as músicas serão veiculadas da programação, mas são capítulos que serão contatos no próximo post.
Saravá!
sexta-feira, 19 de junho de 2009
My Space
Uma das questões mais complicadas que uma banda como a nossa vive é a discussão eterna do que é global e regional. Anos atrás a produção cultural brasileira era restrita aos moldes sulistas, ou melhor, aos moldes cariocas e paulistas, aquilo não foi uma empreitada desses estados, mas sim uma tentativa fracassada da ditadura conseguir imprimir moldes únicos de criação musical, massificação barata da música brasileira. O que na verdade não chegou a render grandes frutos estéticos, principalmente pela resistência da música produzida em outras regiões.
Para afunilarmos o discurso, o nordeste foi um dos grandes alvos dessa tentativa de unificar a cultura. Mas se manteve firme e apesar das “sampas” da vida, ainda existia coisa pura como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Hoje nossa música é menos rechaçada, principalmente com o advento das novas tecnologias, novas mídias, que nos propiciam a produção independente, ou melhor, a reprodução e divulgação completamente independente.
O My Space é mais ou menos isso, um catalisador gratuito (aparentemente) das produções musicais. Tem de tudo, da pequena virgem que inventa de cantar coisas do Johnny Cash e de repente explode no país todo, ou talvez do Funk Como Le Gusta, que nunca esteve na grande mídia, mas se consolida no meio underground. Como é nosso também esse espaço, que nos da oportunidade de expor nossas músicas, aquelas mesmas, ensaiadas ali no CSU da Vila União, discutidas em bar e que, num clique é ouvida em Vancouver.
Outro grande aspecto da exposição gratuita na internet é a possibilidade de se intregar numa rede infinda. O lance de se fazer amigos no My Space é fundamental. Como disse o Miranda, precisamos ser amigos dos nossos fãs, precisamos estar num estado de relações pessoais. O ídolo inalcançável não existe mais. O músico é hoje mais uma figura que deve pertencer à noite e aos shows, na verdade, o músico deve ser acima de tudo: platéia.
sábado, 13 de junho de 2009
Dos ensaios e gravações...
Essa semana é mais ensaio e mais gravação. “23 de Abril” e “Baião de Blues” devem ser as próximas na gravação. Pelo jeito, tudo vai caminhar da forma que pensávamos, à seu tempo, sem pressa. A outra novidade é a participação de alguns integrantes do Vitrola no Projeto do João Hugo (percussionista), que coordena uma oficina de percussão com crianças a partir de 12 anos, onde explora basicamente os ritmos regionais (Maracatu, Afoxé, Coco, Cavalo-Marinho). Esse trabalho é muito valioso por contar apenas com a iniciativa do Hugo. O nosso vocalista, Anderson Camelo entrou para o projeto e vai ser o “Macumbeiro” do grupo, o puxador oficial.
O lance da manutenção das características populares nas comunidades de baixa renda é fundamental. Além da aprendizagem e valorização dos ritmos tradicionais, existe a confecção de instrumento e roupas, enfim, tudo no objetivo da inserção, ou melhor, da subtração desses jovens da marginalização. Cultura, arte e ciência, são os verdadeiros instrumentos de transformações adequados para os jovens. Torcemos pelo caminhar da empreitada. O Vitrola vai entrar contudo nessa parceria de mão dupla.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Ogunhê!!
Ogum, uma das divindades mais importantes do panteão dos orixás africanos é extremamente cultuado nas religiões afro brasileiras, sobretudo na Umbanda, onde o Orixá é sincretizado com São Jorge. Existem várias formas de divindades de Ogum como Ogum Megê, Ogum Beira-Mar, Ogum Iara, Ogum Rompe Mato entre outros...
Mas não vim falar disso...
Na verdade, vim pela empolgação de sábado (23 de maio), onde a banda pode, pela primeira vez, chegar pertíssimo do que será a música "Ogunhê" (saudação à Ogum), que virá a ser a proposta de abertura dos shows. Quase uma invocação nordestina ao Orixá africano, digo nordestina, por conta da mistura, que de início tendia a Umbanda mesmo, o tribal africano, quase uma recriação dos terreiros, porém, com o material que tínhamos e a presença de mais um "colaborador" (Hugo), a música tomou outro rumo, partiu para outra intenção e foi bater na capoeira e maracatu cearense, duas expressões populares típicas do Ceará, o que deu uma temperada à mais na música.
A presença de Hugo deu gás a mais, na verdade a percussão é de fato o tempero final, a cereja do bolo para maioria das músicas. Fazer música brasileira hoje sem percussão é como comer “panelada diet” ou assistir “Zorra Total”. Hugo é fundador do projeto “Cactus”, movimento embrionário que dá cursos de confecção de instrumentos musicais, fora o grupo musical feito com meninos do próprio bairro. A parceria surgiu de uma proposta para a música “Sardentinha”, um funk onde Hugo e os meninos tocariam em instrumentos de lata.
A parceria virou amizade e aos sábados a banda ensaia nas áreas do Hugo, aproveitando a parceria que foi se estendendo para outras músicas, como essa, Ogunhê, onde o timbáu toma uma proporção interessante junto a guitarra que recria um berimbau!
Saravá!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Brincando de Deus
O momento da criação é extremamente diferente para cada artista, cada um se inspira e escreve de maneiras diversas. Alguns como Moraes Moreira, por exemplo, tiram de situações da própria vida pessoal - ou dos relatos dos amigos - motes pra canções como, por exemplo, a música “Lá vem o Brasil descendo a ladeira”, que veio de uma frase de João Gilberto ao ver uma mulata descer o morro cedo da manha indo pro trabalho, até mesmo a faixa titulo do grande Acabou Chorare que é inspirado na filha de João Gilberto, que sempre falava isso quando o pai cantava pra ela parar de chorar e dormir. Outros artistas preferem criar uma melodia e depois colocar a letra, outros, ao contrario, levam a letra a um arranjador.
Ontem, lendo uma Matéria sobre a banda Heaven and Hell, nada mais nada menos que o Black Sabbath na sua segunda formação clássica, só que dessa vez usando não o nome da clássica banda, mais sim de seu primeiro disco dessa formação.(Que diga-se de passagem foi o melhor que fizeram, porque ficou demais o som e dessa vez estão sendo respeitados como merecem).
Voltando ao assunto...
...Pois bem, nessa entrevista, Tommy Iommi explica um pouco como foi compor o disco novo e revela outra forma de compor e bastante incomum por aqui: Cada um da banda traz um CD com varias idéias pré – definidas; riffs, linhas de baixo, melodias cantaroladas e letras, assim eles vão pegando o que melhor funciona e formam uma nova canção. Bem diferente, mais funcionou pra eles.
Posso citar o meu próprio método como exemplo, na grande maioria das vezes componho por memória afetiva, me desligo de onde quero estar pra poder me concentrar nele de fato (meio doido, de fato)
“Uma memória afetiva pode se desenvolver a partir de uma percepção sensorial como um odor, um som, uma cor, desde que tal percepção esteja ligada a um momento afetivo importante. O resgate da memória afetiva é fundamental no nosso processo de desenvolvimento psicológico, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Quando resgatamos nossas memórias estamos trazendo com elas a possibilidade de revisar, compreender e digerir determinadas situações que podem estar bloqueando nosso ir em frente. Podemos estar paralisados, sem perceber, em situações antigas que não foram bem resolvidas e entendidas.”
Estava escutando Jimi Hendrix e no segundo depois compus Ogunhê (que é uma música que em breve estará aqui no blog) onde simplesmente não tem nada haver com Hendrix. É um ponto de umbanda que fala sobre Ogum. Outro exemplo são minhas canções mais românticas que fiz escutando Iron Maiden! Uma outra nova canção, como a soturna Lira Curta, Valsa longa, que foi feita num momento onde eu escutava bastante Jackson do Pandeiro e Mutantes (Eu só posso rir dessas minhas Loucuras).
Definitivamente o que escuto não interfere diretamente no que componho, mais sim, é cooptado pela minha memória e se torna parte de um banco de dados ou arquétipos que vai sendo visitado sempre que é necessário ou que houver uma renovação do afeto.
Podemos assim dizer que cada um materializa seus devaneios do seu modo.
Para ilustrar melhor o que disse, deixo o poema-canção de Paulo César Pinheiro chamado Ofício, é um relato poético único sobre a força da criação:
A música me ama
Ela me deixa fazê-la
A música é uma estrela
Deitada na minha cama
Ela me chega sem jeito
Quase sem eu perceber
Quando dou conta e vou ver
Ela já entrou no meu peito
No que ela entra a alma sai
Fica o meu corpo sem vida
Volta depois comovida
E eu nunca soube onde vai
Meu olho dana a brilhar
Meu dedo corre o papel
E a voz repete o cordel
Que se derrama no olhar
Quando termino o meu canto
Depois de o bem repetir
Sinto-lhe aos poucos partir
Quebrando enfim todo o encanto
Fico algum tempo perdido
Até me recuperar
Quase sem acreditar
Se tudo teve sentido
A música parte e eu desperto
Pro mundo cruel que aí está
Com medo de ela não voltar
Mas ela está sempre por perto
Nada que existe é mais forte
E eu quero aprender-lhe a medida
De como compõe minha vida
Que é para compor minha morte